quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu me lembro...

Eu me lembro o dia em que você chegou em minha casa. Fazia sol. Eu voltava da praia com a família. Seus irmãos foram os primeiros a chamar atenção, mas quando olhei melhor para vocês, pude te ver. De olhos fechados, respiração tranqüila, cabisbaixo e talvez com frio.
Eu me lembro muito bem o que me fez ver em você o que eu não via em quem estava ao seu lado. Enquanto a maioria se fazia inqueta você se mostrava imóvel, frágil, necessitando urgentemente de um bom trato. Enquanto os outros desejavam sair correndo, ao contrário, você esperava por alguém te pegar nos braços e te levar para a vida, é verdade, isso tudo eu me lembro muito bem.
De repente chegou a hora "H", entre opiniões de uns e de outros sobre qual destino tomar, o momento que para nossas vidas foi o mais importante de todos, não sabiam eles que eu já havia decidido por ti a muito tempo... Sabe porquê? Pela sua beleza diferenciada, pela sua originalidade, pelas suas "luvas" brancas, mais ainda pela sua fragilidade e carência que eu me dispunha a corrigir. Eu sabia que minha vida ia mudar depois desse dia, eu sabia que um pouco, mesmo um pouqinho dela estaria comprometida contigo.
Eu teria de voltar mais cedo para casa, eu teria de acordar mais cedo que antes. Mesmo assim eu estava disposto... Eu estava disposto a reanimar a sua vida pois tenho certeza que você iria dar muito mais vida à minha.
Ao te levar comigo eu me lembro que as primeiras noites em claro passamos , você não me deixava dormir em agonia por alguma razão, eu não sabia o que fazer mas algo me dizia que uma avaliação médica deveria ser feita, era o ideal e fomos lá. A Dra. passou vermífugo e naquela primeira noite mesmo, já medicado, pequenos parasitas já saiam do teu corpo, se não estivesse vendo, não acreditava, se tivessem me contado daria muitas risadas sem crer, mas estavam lá... Inúmeros saiam de ti e pude ver a causa de toda aquela aflição de noites anteriores. Entendi toda aquela sua fragilidade quando estava com os seus irmãos. E tive certeza mais ainda que você era quem deveria vir comigo e nehum deles mais. Você precisava do meu auxílio.
Os dias iam passando e você tomando força, acordava cada vez melhor. Pude realmente conhecê-lo de fato. Mordia tudo e a todos, parecendo desejar tirar todo o atraso desde o seu nascimento até aquele momento. Acabava com os móveis da minha sala, rasgando os sofás, roendo pés de messa e cadeiras e o pior de tudo: dilacerou o controle remota da minha tv. Até hoje eu busco um similar sem encontrar.
É shankar, eu me lembro de tudo isso. Momentos de amor que se tornaram eternos e inesquecíveis... Ainda mais quando eu me lembro que você faz agora um ano. Parabéns amigo. Continue assim, forte e se não encotrar seu osso predileto está liberado para roer o primeiro móvel que ver pela minha sala.

Um comentário:

  1. Ah, não acredito. Tem que ensinar esse bichinho ou senão vai ficar sem móvel logo logo.

    MATEUS

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