domingo, 23 de janeiro de 2011

O copo d'água


Sentado à mesa. Com um copo d'água à frente. Um copo cheio d`água.
Não havia ninguém além de mim mas haviam muitos à minha volta.
Vinha de um cansativo dia e parei para tomar um "cafezinho". A água veio junto.
Em alguns minutos o café havia ido e só restava um copo d'água, não tanto cheio. Nesse momento de reflexão, turbulências rondavam a mente. Tinha de pensar, fazer o quê? Resolver os dilemas da vida, mas qual a graça de uma vida sem os seus dilemas? Nenhuma, monotonia pura.
A gente pensa que é fácil direcionar a vida em determinadas situações. Na maioria das vezes nem imaginamos o quanto é complicado.
É necessário sangue frio e experiência para refletir e tomar certas atitudes.
Lá estava eu pensando muito... Olhando esse copo d'água tomado pela metade.
Vez ou outra tomava o copo na mão e o apreciava entre um gole e outro. Ia pensando naquele momento. Em poucos instantes a minha vida passou na mente como uma película de filme antigo. Eu pensava em que tinha feito e em que havia deixado de fazer e suas consequências no presente. Em alguns instantes tudo se apagou, era o mesmo que nada ser pensado, apenas apreciava o copo d'água tomado já a mais da metade.
Em torno de mim pessoas circulavam, não percebia suas roupas, seus estilos, seus cortes de cabelo, apenas sabia que estavam ali, estavam ali à minha volta, passando, direcioando suas vidas. Enquanto isso eu tomava a água que estava no copo d'água já quase em seu fim.
Em um momento o telefone tocou. O toque do telefone, por mais que pudesse, não tirou todo o meu envolvimento com o copo d'água já no finalzinho. Tiro do bolso e observo. Era uma pessoa que gosto muito e tocou, tocou, tocou... Até cair na caixa. Não queria falar, ou ver ninguém. O meu envolvimento era único com o Copo d´água. Peguei a carteira na mão, tirei o dinheiro da conta, lancei em baixo do copo d'água, que já não tinha água alguma, e fui me embora.

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